Direção na terceira idade é um assunto delicado. Algumas pessoas temem a perda da independência ao abrir mão da habilitação, por mais os reflexos mais lentos possam afetar a segurança, própria ou de que está ao redor. Mas não é incomum ver motoristas praticamente centenários compartilhando histórias de superação e mostrando que, tendo condições, os idosos podem continuar guiando.
Essa é a história compartilhada pela Prefeitura de Florianópolis (SC) sobre Marilde Rodrigues. Aos 98 anos, a “vovó” mostra que é possível seguir ao volante mesmo com alguns anos a mais nas costas. O relato emociona – e impressiona: Marilde é habilitada desde 1961. A CNH dela por si só já tem 64 anos. Sim, a CNH de Marilde tem mais idade que os avós de alguns de vocês que estão lendo.
“Vou dirigir até os 101 anos, pode ser que ainda passe!”
Sempre com um tom leve na fala, Marilde afirma que “dirijo com tranquilidade, dirijo com prazer”, dando exemplo para muitos motoristas mais jovens. A experiente motorista ainda conta casos engraçados, dizendo que muitas vezes colegas a buscam, mas quando elas não têm carro, que as busca é ela mesmo.
Marilde ainda conta no vídeo publicado pela Prefeitura de Florianópolis que mantém uma rotina normal ao volante de seu Renault Kwid. “Ah, eu faço tudo. Eu me sinto segura, eu vou à feira, eu vou fazer, eu vou a uma visita, vou a um lanche, saio assim com colegas…”
Segundo a quase centenária motorista, a principal dificuldade em continuar dirigindo aos 98 anos não está na habilidade. “O difícil foi convencer a família, que me deixasse dirigir né?”. Na sequência do vídeo, com Marilde está ao volante mostrando como ainda dá conta do recado: “vocês viram que eu tenho controle na direção”.
Ao volante de um carro com poucas facilidades
Beirando os 100 anos de idade, Marilde poderia ter optado por um carro cheio de assistências à condução ou sensores para facilitar sua vida. Ao menos um com câmbio automático para deixar a vida mais fácil, certo? Mas não, o carro de sua escolha é um humilde Renault Kwid Zen. O ano de fabricação não é informado, mas é da configuração mais recente, pós o facelift apresentado em 2022 para o modelo de entrada.
Entre as amenidades que usufrui, Marilde Rodrigues conta apenas com itens considerados básicos hoje, como ar-condicionado, direção com assistência elétrica e vidros elétricos. Como relatou dirigir com calma, os 71 cv de potência e 10 kgfm de torque com etanol a partir do simples 1.0 SCe de três cilindros sob o capô são o suficiente. E Marilde ainda toca o câmbio manual de 5 marchas com maestria.
