Que os chineses evoluíram muito na construção de seus produtos nos últimos anos, não há dúvidas. Ainda assim, quando o assunto é segurança, muitos modelos ainda geram desconfiança, já que faltam mais testes independentes que comprovem sua eficiência em condições de uso fora do mercado local. Um exemplo recente é a avaliação do Euro NCAP, que colocou à prova os SUVs Chery Tiggo 7 e Tiggo 8, ambos vendidos no Brasil pela parceria CAOA Chery.

A nota geral foi impactada por falhas nos testes de acionamento do airbag de cortina lateral, projetado para proteger a cabeça e o tronco dos ocupantes em colisões laterais. Durante os ensaios, o airbag não funcionou corretamente em dois testes consecutivos.

No primeiro, não inflou de forma adequada para proteger a cabeça de uma criança no banco traseiro; após ajustes e nova verificação, voltou a apresentar problemas, soltando-se do trilho de fixação. Diante da repetição da falha, o Euro NCAP solicitou à Chery uma reavaliação completa do sistema.

Por conta disso, a proteção lateral foi reclassificada de “boa” para “adequada”, o que impediu os SUVs de alcançarem a nota máxima de cinco estrelas.

No caso do Tiggo 7, o modelo conquistou 77% na proteção de ocupantes adultos, 80% para crianças, 78% para usuários vulneráveis (pedestres e ciclistas) e 75% na eficiência dos sistemas de assistência à condução (ADAS). O compartimento de passageiros permaneceu estável no impacto frontal, mas o airbag de joelho do motorista não funcionou de forma correta, limitando a proteção da perna direita.

No impacto lateral, o airbag de cortina se soltou na parte traseira, comprometendo a segurança do dummy infantil de 10 anos, o que resultou em perda de pontos. Apesar disso, o SUV médio demonstrou boa estrutura de absorção de impacto, proteção adequada em outras áreas críticas e recursos como airbag frontal desativável do lado do passageiro, além de sistema de frenagem autônoma com bom desempenho para ciclistas, pedestres e motociclistas.

Tiggo 8 teve problemas no airbag de cortina 

Já seu irmão maior, o Tiggo 8, oferecido somente com sete lugares no Velho Continente, teve desempenho similar, teve desempenho similar, com 77% na proteção de adultos, 80% para crianças, 78% para usuários vulneráveis e 75% nos assistentes de condução.

No impacto frontal, o compartimento também permaneceu estável, mas o airbag de joelho novamente falhou na cobertura total, resultando em proteção fraca para a perna direita. No impacto lateral, o airbag de cortina se desprendeu, comprometendo a proteção da cabeça do dummy infantil, que perdeu todos os pontos nessa medição.

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Para adultos, a proteção da cabeça e do tórax em impacto contra poste foi avaliada como marginal devido à compressão das costelas. Ainda assim, o Tiggo 8 apresentou bom desempenho geral em impactos de barreira, controle de excursão lateral e contramedidas para reduzir lesões entre ocupantes. Já para pedestres e ciclistas, a proteção foi boa ou adequada na maioria dos pontos, mas os pilares do para-brisa continuam sendo uma área crítica.

O sistema de frenagem autônoma respondeu de forma satisfatória para pedestres e teve boa atuação com ciclistas, inclusive prevenindo o “dooring”. Ambos contam com alerta de cinto de segurança para todos os ocupantes, monitoramento indireto de fadiga e distração, assistente de manutenção de faixa com correções suaves e limitador de velocidade com ajuste automático.